"Há
algum tempo Maria da Cruz, morena esguia que vivia freqüentando as festas na roça,
ocupava a mente e o coração do Caboclo. Naquela noite durante a festa, Jeremias foi
chamado de cachaceiro pelo desafiador, “Caboclo
que inda ia morré de tanto bebê”.
No
final do desafio improvisado Jeremias buscou o olhar de Maria da Cruz no meio
da multidão. Sem negar seu triste fim cantou;
“Oh morena bunita, num mi dexa morre
Sem antes dança com ocê”.
Ela
sabia que o rapaz era casado e por isso nunca permitiu qualquer tipo de aproximação,
porém, no final daquele desafio, a platéia interferiu se manifestando com
palmas, motivando Maria da Cruz a dançar com Jeremias. Ele largou a sanfona e
seguiu ao seu encontro. Dançaram enlaçados a noite toda e Jeremias não tomou um
gole se quer de cachaça. "
Trecho do livro " Memória Cabocla"- Dinamara Osses
Na literatura encontramos bons escritores do Vale do Paraíba que destacam em suas obras a riqueza do universo caipira. Hoje vamos indicar o livro "Mestre Calangueriro- Ernesto Villela" escrito pelo atual Diretor da Fundação Cultural de Jacarehy, Alcemir Palma. O livro/CD está na 2º edição, a primeria foi lançada em 2000, sendo o único trabalho com registro escrito e fonográfico do Mestre Calangueiro Ernesto Villela.
Mas o que é o Calango?
Um estilo de dança e canto que teve sua origem em Minas Gerias. Existem vários registros com várias definições,entre elas podemos citar Teo Azevedo;
"Canto e dança de origem cabocla. O calango é dança de roda que pode ser cantada de improviso, ou versos decorados. O acompanhemento base é: sanfona, violão, viola, pandeiro, etc."
Segundo o autor do livro, em São José dos Campos a dança foi se dissolvendo e prevaleceu "as formas musicais de desafios ou porfia e embalados que ocorre diante de uma platéia interferente, que se manifesta através de palmas, do riso e de urras diante da maestria do calangueiro."
Segundo o autor do livro, em São José dos Campos a dança foi se dissolvendo e prevaleceu "as formas musicais de desafios ou porfia e embalados que ocorre diante de uma platéia interferente, que se manifesta através de palmas, do riso e de urras diante da maestria do calangueiro."
Ernesto Vilella teve seu primeiro contato com o Calango na década de trinta com os mineiros que vieram trabalhar no Vale do Paraíba. Em suas letras está a graça do sotaque caipira que trás a sabedoria do homem simples.
Vale registrar que o Mestre Calangueiro era analfabeto, mas sua memória foi terra fértil de onde brotaram seus versos.
Vale registrar que o Mestre Calangueiro era analfabeto, mas sua memória foi terra fértil de onde brotaram seus versos.
Ai ai fiquei curiosa para ler mais...mas parece q esta otimo, esse trexo me deixou curiosa para ler o resto isso é bom nao só nos deixa curiosos mas no prende...
ResponderExcluirParebéns.. Ansiosa para ler mais...
Boa Sorte.. Mary